Pelotas/2009


1º Encontro AIDS e Matriz Africana em aconteceu no dia   no dia 24 /11/2009 na cidade de Pelotas



Mãe Carmen com a Palavra uma das mais amistosas portas para a abrir a discussão da temática da AIDSem algumas cidades do interior,  tanto para quem leva o assunto como , quanto para quem recebe a informação é algo muito novo. Ao mesmo tempo, é uma experiência  que da condições de sermos muito mais  flexível, para desenvolvermos a capacidade  de exercitarmos o assunto comuma abordagem criativa, assim como todos os  ex-experimentados, isso é, quem já passou pela experiência. Esta é  uma oficina de sensibilização, onde temos a premissa de romper com o silêncio, sobre a epidemia da Aids  dentro dos nossosterreiros, dentro do cosmovisão de mundo africano e na Umbanda. Entendo que o fato de termos a presença de todos os senhores aqui reunidos, que é o ponto de partida,onde está expressado a disposição de  enfrentarmos juntos o desafio de  pensarmos juntos sobre o avanço da epidemia da Aids, e ainda mais qual é o papel do terreiro no enfrentamento a epidemia? Quais são os caminhos que devemos  propor, principalmente pelas condições que esta oficina nos da oportunidade de reformular nossos conceitos, enriquecer nossos pontos de vista e  tirarmos um posicionamento  para o enfretamento da epidemia da Aids.  Com  essas Mãe Carmen de Oxalá Abriu a oficina Aids Uma Alerta para a Matriz Africana na cidade de Pelotas.



1º Encontro De Matriz Africana e AIDS de Pelotas

Relatório de Atividades

No início da tarde quente e abafada de vinte e quatro denovembro do ano de dois mil e nove na sede da Federação Riograndense de Umbanda e Cultos Afros, realizou-se o “Primeiro encontro de Matriz Africana e AIDS” no município. Estavam presentes lideranças religiosas, alguns militantes do Movimento Negro da cidade, representante da Pastoral Afro, da Secretaria de Cidadania do município, do Fórum dos Conselhos, da Secretaria da Saúde, da ONG Vale a vida e RNP. Ao meio do colorido dos enfeites da Festa de Batuque do último sábado e das imagens dos orixás e das entidades, Mãe Nara de Xapanã da ONG Olojukan coordena os trabalhos desta tarde dedicada á reflexão sobre esta delicada temática. Suas palavras eram de incentivo para que as pessoas presentes tornam-se multiplicadores desta luta em suas casas e seus Reinos. A mesa de abertura fora composta pelas entidades já citadas, todos acentuando o discurso de que o cuidado à saúdeindependente da crença, que há necessidade de união para tratar e prevenir esta realidade. Em seguida contou-se com o depoimento do Pai Gilberto de Oxúm, participante da ONG Vale e Vida e do RPN, que em poucas palavras testemunha sobre esta realidade que parece tão distante, mas que está mais próxima do que se possa imaginar. Fala da importância de procurar ONG que estão preparadas para lidar com esta realidade. Mostra através de seu exemplo como se pôde dar a volta por cima, sob a proteção de sua Mãe. Por fim frisa a importância de encontros como este que possibilitameste tipo de conversa, sobre esta temática. A próxima fala foi de Mãe Carmem de Oxalá que direcionou sua fala a prevenção, de como inserir a discussão no terreiro, de como trabalhar a prevenção sem a exclusão. Comenta do cuidado com corpo como  morada dos orixás.  Retoma o histórico do acolhimento dado nas pelas casas de religião nos momentos de necessidades, e do poder das lideranças religiosas nas comunidades, relacionando os terreiros como as grandes unidades de saúde. Reforça a necessidade de retomar este papel socialmente construído pelas comunidades às casas de Religião. A conversa se deu com a participação de várias pessoas salientando a importância desde tratamento de acolhimento dado dentro dos Terreiros. Depois de um pequeno intervalo, a conversa foi sobre “Terapiacomplementares em saúde” e a Política Nacional doSUS e como o Estado vem tratando desde saber milenar e popular.  Aborda também a importância do cuidado com o corpo, dos banhos de ervas. Em sua dinâmica explanação, os participantes interagem com perguntas relacionadas à utilização do chá de marcela por quem é Soro Positivo, no tratamento de redução de peso com quem também é soro positivo.  Em fim cada caso tem sua particularidade, e indica o chá de murta. Em fim termina sua explanação sobre a importância de identificar as fases das plantas e de relacioná-las com nosso corpo e nossas necessidades. Por fim um representante da ONG GESTO, conversa os avanços do tratamento de quem convive com HIV, na dificuldade da utilização de preservativos, apontando para as barreiras culturais na prevenção.
A finalização do encontro se deu com a proposta de utilizar o próximo dia 12 de dezembro, Festa de Iansã eOxum na Cascatinha, onde estarão presentes outras casas de religião para dar continuidade ao trabalho.
Após agradecimentos aos orixás, conduzido por MãeNara, todos confraternizaram degustando acarajé. Em fim a semente foi lançada, cabe agora cada um que aqui estava presente cultivar e continuar semeando a prevenção, o cuidado com seu corpo, e principalmente o amor próprio.
Carla Silva de Avila
Mestranda em Ciências Sociais/UFPEL
Movimento Negro Pelotas

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